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O leasing é indispensável para viabilizar investimentos produtivos

O economista Sérgio Darcy, diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil, exerceu, nos últimos 20 anos, destacado papel na normatização do arrendamento mercantil. Junto com seu atual consultor, Clarence Joseph Hillermann Jr., um dos maiores especialistas no assunto, participou dos debates e da elaboração das regras que disciplinam a atividade.

Com a autoridade de quem vem acompanhando de perto a evolução do leasing no Brasil, Sérgio Darcy, nesta entrevista, reforça o caráter do leasing enquanto ferramenta competitiva para viabilizar projetos de investimentos, ressalta o potencial da modalidade operacional e fala sobre o profissionalismo da ABEL nas relações que mantém com o órgão regulador.

Informativo – Como o senhor enxerga o leasing?
Sérgio Darcy – Há 20 anos estou envolvido com a normatização e a condução das diretrizes de funcionamento do setor financeiro. Mais especificamente, nos últimos oito anos, no cargo de diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil, exerço minha função com o objetivo de proporcionar às instituições integrantes do mercado financeiro regras prudenciais adequadas, aliadas a condições de competitividade e de oferta de produtos que possam trazer contribuições concretas para a sociedade. Sempre enxerguei no leasing uma ferramenta especial, que cumpre os objetivos descritos. Cabe perfeitamente como uma forte opção dentre as várias modalidades de um sistema financeiro moderno, ágil e sempre voltado
para os interesses da sociedade.

Informativo – Qual é, em sua opinião, o futuro do leasing a curto prazo?
Sérgio Darcy – O leasing é uma ferramenta indispensável para viabilizar o investimento produtivo e crescente, na medida em que o conceito de propriedade deixa de ser preponderante e o uso do bem se sobressai no momento de investir, como nos países desenvolvidos.

Informativo – Como o senhor vê a atuação da ABEL no Bacen?
Sérgio Darcy – Desde 1975, quando da elaboração do primeiro normativo baixado para o segmento (Resolução nº 351), mantenho contato com a ABEL. Durante esse período, a entidade tem se mostrado muito atuante e demonstrado grande profissionalismo
em suas relações com o órgão regulador. Destaco sua participação efetiva, mais recentemente, na apresentação do projeto e nos debates e estudos que resultaram na edição da Resolução nº 2.309 (leasing para pessoas físicas e leasing operacional), editada em 1996. Esse processo foi coordenado pelo então diretor Cláudio Ness Mauch, sendo eu, na ocasião, chefe do Departamento de Normas (Denor). Doze anos após a edição da Resolução nº 980, o normativo ainda está em vigor, comprovando a profundidade das propostas apresentadas. Ainda por um contato franco e ético, continuo tendo um convívio muito proveitoso com a ABEL, cujos pleitos visam aperfeiçoar o arcabouço regulatório, sempre olhando o maior interesse da sociedade.

Informativo – Na sua visão, o leasing operacional tem espaço para crescer?
Sérgio Darcy – Sim, e espero que as empresas voltadas a essa modalidade consigam demonstrar para a sociedade as vantagens operacionais e tecnológicas do produto e a grande liberdade de devolver o bem ao final do prazo contratual, propiciando flexibilidade, atualização tecnológica e benefícios, sendo essencial a criação de um mercado secundário forte que absorva esses equipamentos.

Entrevista cedida ao Informativo ABEL nº 173.