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Caixa reduz juros pela 3ª vez este ano

Empréstimos ficam mais baratos a partir de segunda-feira

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem a redução das taxas de juros cobradas de pessoas físicas e empresas. O corte afeta empréstimos importantes para o crédito, como financiamento de veículos (queda de 27,09%), micropenhor (-10,53%) e consignado para aposentados e pensionistas da Previdência Social (-11,91%). 

Essa é a terceira redução de juros anunciada pela Caixa em 2009. Em um comunicado divulgado ontem, a presidente em exercício do banco, Clarice Coppetti, afirmou que o corte é uma forma de “minimizar o impacto da crise internacional na economia”.

Com a diminuição das taxas, a instituição financeira ‘respondeu’ a um puxão de orelha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente reclamou dos juros cobrados principalmente pelos bancos públicos. Lula quer que as instituições baixem suas taxas para aquecer a economia.

A partir de segunda-feira, os interessados no crédito oferecido pelo banco vão pagar mais barato nas operações de financiamento de automóveis, cheque especial, micropenhor e crédito consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A redução no caso do Construcard (cartão utilizado para o financiamento de materiais de construção) passa a valer em 16 de fevereiro, segundo o comunicado do banco.

O cheque especial, por exemplo, terá os juros máximos reduzidos de 7,35% ao mês para 6,89% ao mês, enquanto o micropenhor vai cair de 1,90% para 1,70% ao mês. O consignado continua sendo uma das operações mais baratas para quem corre atrás de um empréstimo: a taxa atual, de 2,35%,

será reduzida para 2,07%. 

Essa variação de taxa mínima e máxima depende muitas vezes da relação do cliente com o banco. Correntistas com conta aberta há mais tempo, boa movimentação financeira e histórico de adimplência podem conseguir índices mais favoráveis. Já quem decidir tornar-se cliente apenas para tomar os empréstimos pode não ter acesso aos porcentuais baixos. “A queda dos juros é interessante, mas o consumidor não deve abrir conta em mais um banco só para pegar empréstimos. O ideal é tentar barganhar juros mais baixos na própria instituição financeira”, orienta o economista José William Cruz.

Reação 

O mercado recebeu a notícia de forma positiva, principalmente no caso do financiamento de veículos – um dos setores da economia mais prejudicados pela crise mundial. No entanto, especialistas acreditam que é preciso avaliar a situação com mais calma.

As empresas do ramo já esboçaram um início de reação em janeiro, mas o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, tem questionamentos em relação à redução. “As taxa do financiamento de veículos vão ficar entre 1,31% a 2,18% ao mês, mas a questão importante é saber quem realmente vai conseguir financiar o carro pagando essa taxa mínima”, comentou. 

Mesmo diante da ressalva, ele acredita que o corte dos juros pode trazer algum alívio à economia. “Qualquer anúncio de queda de juros é bem-vindo, mas precisamos ver como isso vai ser aplicado na prática.”

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Leasing (Abel), Rafael Cardoso, também vê a redução de taxas como algo positivo, apesar das ressalvas. O problema, segundo ele, é que os cortes ainda não chegaram nos bancos privados. “Esse pode ter sido um anúncio político, pois é um banco público federal e Lula já havia cobrado uma redução de taxas”, analisou. “Não estou criticando a medida. Mas reforço que se fosse uma queda de taxas emm banco particular, teríamos um sinal de mercado favorável.” Cardoso não se mostra tão otimista. “Simplesmente baixar juros não vai resolver o problema.”

 

Veículo: Jornal da Tarde