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CDBs são atrativos em meio à crise

A dificuldade de os bancos captarem dinheiro no mercado externo e a alta de juros no Brasil são fatores que vêm contribuindo para o aumento nas operações em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), avalia o diretor da Bankrisk, Dirceu Miranda.

O volume maior nas operações em CDBs teve início, segundo o executivo, em janeiro deste ano, com a criação dos compulsórios para os depósitos interfinanceiros de empresas de leasing em um momento já acentuado da crise americana. No entanto, na semana passada, o Banco Central (BC) decidiu adiar o aumento da alíquota do depósito compulsório recolhido sobre as operações de leasing, liberando às instituições financeiras cerca de R$ 13 bilhões. Miranda, porém, não acredita que essa medida reduza o volume de operações nesse segmento, uma vez que a crise financeira deve continuar causando falta de liquidez.

O presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Alfredo Moraes, ressalta que a falta de confiança no mercado externo leva à desalavancagem, devido à escassez de crédito externo. O fato pressiona a captação do mercado interno, no qual o CDB é um dos recursos utilizados pelos bancos. “Na medida em que o mercado externo se recupera, os bancos devem voltar a captar lá fora e conseqüentemente pagar menos nos CDBs”, frisa.

Dados da Cetip mostram que até setembro o volume de CDB em custódia ultrapassou R$ 600 bilhões, quase o dobro em relação ao mesmo período de 2007. Em setembro, foram emitidos R$ 132,6 bilhões desses papéis.

Atratividade

O melhor que o investidor tem a fazer, diante da crise financeira, é agir com cautela e proteger ainda mais seu dinheiro. O diretor da Bankrisk, Dirceu Miranda explica que as aplicações de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) para o investidor mais conservador se tornam mais atrativas em momentos de incertezas e tendência de juros mais altos na economia brasileira. Diante da crise financeira, alerta o executivo, a concorrência fica mais acirrada e isso também contribui para o aumento na rentabilidade. 
No entanto, para o investidor ter um prêmio melhor, Miranda sugere aplicações com prazo de 1 ano, nas quais bancos de primeira linha pagam até 107% dos Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), para valores mínimos de R$ 50 a R$ 100 mil.

Segundo a sondagem com seis instituições financeiras de primeira e segunda linhas, as taxas dos CDBs prefixados para 32 dias variam entre 9,50% e 13,65% ao ano. Nas operações de CDBs pós-fixados, as instituições financeiras pagam entre 80% e 110% do CDI.

O CDB é um título de dívida emitido pelos bancos que paga juros ao investidor que o compra. Pode ter liquidez diária ou um prazo definido de resgate que, geralmente, varia de seis meses a três anos. O CDB indexado ao DI destina-se a investidores que buscam rentabilidade atrelada a um determinado percentual do CDI diário, durante o prazo da operação. Entre as vantagens ao investidor, está a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento somente no resgate.

Veículo: Gazeta Mercantil Finanças & Mercados 06/10/08 Estado: SP