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Debêntures devem ter prazos alongados nos próximos meses

As emissões no mercado de capitais fecharam o primeiro trimestre do ano em queda, na comparação com igual período do ano passado. Em março, no entanto, houve crescimento nas operações. A oferta secundária de ações da Redecard – credenciadora dos cartões MasterCard – movimentou R$ 2,2 bilhões no mês passado. A oferta colaborou para uma alta de 10,5% nas emissões do mercado de capitais sobre março de 2008, incluindo renda fixa e variável, para R$ 7,064 bilhões.

Em março, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), o mercado de renda fixa movimentou R$ 1,8 bilhão. Um dos destaques negativos foi a emissão de apenas três FIDCS, no valor de R$ 405 milhões, uma queda de 66,8% sobre março de 2008. “O FIDC é um instrumento de mais longo prazo e continua bastante afetados pela aversão ao risco por parte dos investidores”, avalia Alberto Kiraly, vice-presidente da Anbid.
 
Já o destaque na renda fixa foi o crescimento de 252,8% na emissão de notas promissórias, instrumento utilizado para captações de curto prazo. Foram oito emissões com R$ 1,27 bilhão captado. Março registrou ainda a emissão de R$ 167 milhões em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e outros R$ 40 milhões com apenas uma debênture, emitida pela Anhanguera Educacional Participações.
 
Apesar de uma única debênture emitida em março, o vice-presidente da Anbid vê boas perspectivas para os próximos meses. “Temos algumas operações sendo estruturadas e acredito que, em no máximo um mês, devem ser divulgadas”, diz Alberto Kiraly. “Estamos começando a ver a volta dos prazos mais longos para a emissão de debêntures, que estavam entre seis meses e um ano, para algo próximo de dois anos.” Na média histórica, as emissões de debêntures, excluindo leasing, têm um prazo médio entre 5 e 6,5 anos. “A tendência é de um alongamento dos prazos e de emissões de debêntures em substituição a notas promissórias vencendo”, comenta Kiraly.
 
No consolidado do ano, entre janeiro e março, foram captados no mercado R$ 7,06 bilhões, uma retração de 69,3% sobre igual período do ano anterior. A renda fixa movimentou R$ 4,85 bilhões, queda de 77% na mesma base de comparação. Na renda variável, a única emissão, no valor de R$ 2,2 bilhões, foi a da Redecard, responsável pela alta de 32% sobre o primeiro trimestre do ano passado. “A alta na renda variável foi um movimento pontual, afetada exclusivamente pela emissão secundária da Redecard, mas o que importa é a tendência de recuperação do mercado”, explica o vice-presidente da Anbid.
 
“O sinal emitido com a operação foi muito positivo, acredito que, nos próximos meses, voltem as emissões de ações, mas apenas as de grande volume.” Para o executivo, no curto prazo só irão obter sucesso no mercado de renda variável grandes emissões. “Em um momento de crise, o que importa para o investidor é a liquidez do papel.” Oferta de ações em um volume muito pequeno, que não garantam liquidez, para Kiraly, só devem voltar a serem feitas no final do ano ou mesmo em 2010.

Veículo: Gazeta Mercantil