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Empresa abandona emissões e volume recua para R$ 142 mi

Os reflexos da crise, que antes já eram vistos em falta de crédito e demissões em massa, estão sendo acompanhados pela falta de emissão de ações e de dívidas por parte das companhias brasileiras. Segundo dados da Associação Nacional de Bancos de Investimentos (Anbid), em fevereiro deste ano, dentro de renda fixa, não houve emissão de debêntures e notas promissórias.

Em todos os tipos de emissões, o volume em fevereiro foi de apenas R$ 142 milhões, com 6 operações, sendo quatro de Fundos de Investimento com Direito Creditório (Fidc) e 2 de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), contra um montante de R$ 2,8 bilhões, com 19 negócios no mês anterior. Este foi o pior resultado desde janeiro do ano passado.
 
Neste mesmo período as emissões de CRI apresentaram uma redução de 65,7% na comparação com o mês anterior, enquanto os Fidc reduziram-se 91,6%. O volume total das emissões de dívida e renda variável até fevereiro de 2009 apresentou uma retração de 84,7% se comparado ao mesmo período do ano passado.
 
“Em janeiro do ano passado a crise já era intensa para os investidores estrangeiros, mas em janeiro deste ano a crise afetava não só o estrangeiro como o investidor brasileiro. A crise está prejudicando todos os tipos de emissões. Antes as emissões eram realizadas pela falta de crédito e financiamento e agora não são mais feitas por conta da crise financeira”, explica Ricardo Almeida, professor de Finanças do Ibmec São Paulo.
 
Para José Goes, analista-chefe da WinTrade, home broker da Alpes Corretora, além da crise internacional, outros fatores contribuíram para esta desaceleração das emissões. “Fevereiro é um mês curto, ainda tivemos o carnaval, que encurtou o mês mais ainda, e o marasmo da crise acabou finalizando com o mercado.”
 
As captações de longo prazo via emissão de debêntures – títulos de dívida emitidos pelas companhias -, excluindo as emissões de leasing e empresas do setor financeiro, apresentaram redução de 34%, comparado até fevereiro do ano passado. Este ano, até o momento não houve nenhuma emissão de ações.
 
Almeida se refere ao mês de pico em emissões (julho de 2008) com volume de R$ 26,2 bilhões como um efeito pós Investment Grade. “Este aumento ocorre dois meses depois do grau de investimento, acho que foi na terceira semana de maio que o Brasil foi contemplado. Com a chegada do grau de investimento, nós tivemos uma euforia muito grande do mercado”, afirma ele, que ainda faz uma previsão nada otimista para o mercado. “Emissões de CRI e de Fidc devem ficar neste patamar para baixo, enquanto o setor financeiro internacional não melhorar vamos ficar à espera. Notas promissórias devem ter uma procura maior, mas só para o segundo semestre deste ano. Debêntures só voltam em 2010, e ações, só em 2011”, diz Almeida.
 
José Goes já é um pouco mais otimista em suas previsões para a continuidade do ano e as emissões de renda fixa e variável. “Acredito que em março o volume de emissões deve dar uma leve recuperada, mas nada tão especial pelo difícil momento que estamos passando economicamente. A crise acabou afetando todo o mercado”, acredita o economista.
 
BM&F Bovespa
 
Os mercados de renda variável e fixa da BM&F Bovespa movimentaram R$ 73,94 bilhões em fevereiro de 2009, totalizando 5,04 milhões de negócios.
 
Em janeiro, o volume total registrado foi de R$ 75,51 bilhões, com a realização de 5,59 milhões de negócios.
 
Os mercados de derivativos (incluindo financeiros e commodities) totalizaram 22,49 milhões de contratos negociados em fevereiro e giro financeiro de R$ 1,84 trilhão. No período anterior, foram registrados 28,40 milhões de contratos negociados e volume financeiro de R$ 2,45 trilhões. A média diária de contratos negociados nos mercados derivativos da Bolsa brasileira, em fevereiro deste ano, foi de 1,25 milhão, ante 1,35 milhão no mês passado.
 
Em fevereiro de 2009, os mercados de renda variável e fixa movimentaram volume financeiro total de R$ 73,94 bilhões em 5,04 milhões de negócios, com médias diárias de R$ 4,11 bilhões e 280.152 negócios, respectivamente. Em janeiro, o volume financeiro total foi de R$ 75,51 bilhões, com a realização de 5,59 milhões de negócios. As médias diárias chegaram a R$ 3,59 bilhões e 266.432 transações.
 
As ações que registraram maior giro financeiro em fevereiro foram: as preferenciais da Petrobras, com R$ 12,00 bilhões; preferenciais Classe A da Vale do Rio Doce, com R$ 11,93 bilhões; as ordinárias (com direito a voto) da Vale Rio Doce, com R$ 3,86 bilhões; Petrobras ON, com R$ 2,67 bilhões; e as preferenciais do Bradesco, com R$ 2,42 bilhões.
 
De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), foram feitas somente seis emissões no mercado durante todo o mês passado.
 

Veículo: DCI