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Estrangeiro leva 88,4% das emissões na renda variável

O primeiro semestre do ano mostrou um crescimento de 11% nas aplicações de pessoa física nas emissões de debêntures. Enquanto isso, a participação dos estrangeiros em emissões de renda variável no Brasil passou de 37,1% em 2008 para 88,4% no primeiro semestre deste ano.

“Este é um retorno muito importante para o setor e esperamos um crescimento ainda mais ativo para a sequência das emissões”, afirma Alberto Kiraly, vice-presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), responsável pela consolidação do balanço do mercado de capitais referente aos primeiros seis meses do ano.
 
No acumulado de 2007, esta participação era de 1,3% e, no ano passado, foi registrado um volume ainda inferior ficando em 0,1%%. A participação de 11% no primeiro semestre de 2009 corresponde a um volume financeiro de R$ 908 milhões, contra apenas R$ 4 milhões do ano passado.
 
“O crescimento desta participação está sendo notado pelas empresas. Antes o investimento mínimo era de R$ 10 mil, e hoje já é possível realizar aplicações a partir de R$ 1 mil, isso vem colaborando para o crescimento do mercado”, explica o executivo.
 
Kiraly diz ainda que mesmo com o crescimento da participação, o investidor continua bem seletivo. “A pessoa física ainda tem preferência pelas empresas mais conhecidas”, acrescenta ele.
 
No segmento de renda variável os investidores estrangeiros qualificados vêm mostrando interesse no mercado brasileiro. Do percentual de 88,4% de participação nos primeiros seis meses deste ano, 70,5% foram adquiridos por investidores dos Estados Unidos e 28,4% de participação da Europa.
 
“Para coisa boa há demanda de investidores estrangeiros. Deu para perceber que os estrangeiros estão priorizando os países emergentes”, disse o executivo, referindo-se aos países emergentes que fazem parte do Bric, que são: Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2009, as emissões de dívida no mercado doméstico totalizam R$ 20,1 bilhões, sendo R$ 8,9 bilhões em Debêntures, R$ 6,6 bilhões em Notas Promissórias, R$ 2,8 bilhões em Fundos de Investimento em Diretos Creditórios (FIDCs) e o menor volume financeiro ficou com os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com montante de R$ 1,6 bilhão.
 
As emissões de renda variável no semestre, incluindo primária e secundária, totalizou R$ 11,3 bilhões. Na soma de renda fixa e variável, o volume financeiro nos primeiros seis meses do ano foi de R$ 31,5 bilhões, com 134 operações concretizadas no período.
 
A participação das ofertas de debêntures no volume total foi reduzida de 34,4% para R$ 28,5%, comparando o primeiro semestre do ano passado com o mesmo período de 2009. Desconsiderando as ofertas de leasing, o volume das emissões de renda fixa aumentou 2,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.
 
Os setores que mais se beneficiaram do mercado de debêntures, em quantidade de operações, foram: Construção Civil, com 21,4%; e Energia Elétrica e TI e Telecomunicações, ambos com 14,3% de participação. Por volume, o principal setor foi TI e Telecomunicações, com 35,8%, seguido por Construção Civil, com 25,6% do montante do mercado.
 
O volume de emissões de títulos de renda fixa da República no exterior cresceu 238,1% para US$ 1,8 bilhão com 2 operações, contra US$ 525 milhões no primeiro semestre do ano passado. As emissões de empresas também saltaram, registrando um aumento de 32,2% na comparação com o mesmo período de 2008. “Há um grande interesse dos investidores estrangeiros pelo Risco Brasil”, comenta Kiraly.
 
No total, o volume das captações externas apresentou redução de 10,8% nos primeiros seis meses do ano, somando US$ 6,1 bilhões. Houve apenas uma emissão de American Depositary Receipt (ADR) no período, da Redecard, com volume financeiro de US$ 26 milhões.
Nas emissões primárias versus distribuição secundária, o volume total das ofertas apresentou uma retração de 24,5%, comparado aos mesmos seis primeiros meses do ano passado. O destaque foi para as distribuições secundárias de ações, que representaram 94,77% do total.
 

Veículo: DCI