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Promissória cresce 167% em 2008 mas previsão é de recuo este ano

As emissões de notas promissórias cresceram 167% em 2008 se comparado com todo o ano passado. Em 2007, foram realizadas 20 operações com montante de R$ 9,7 bilhões, contra 43 negócios realizados no ano passado, com volume financeiro de R$ 25,9 bilhões. Mas segundo especialistas, este volume não deve ser tão grande em 2009, já que pode haver uma retomada do crédito e uma diminuição da taxa básica de juros. Os números são de um levantamento feito pela Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid). 

Outra fuga do empréstimo é a emissão de debêntures, título de dívida emitido pelas empresas, que apesar da queda de 19,57% no ano, vinha tendo um bom desempenho. Em 2007 foram realizados 43 negócios, que montante de R$ 46,5 bilhões, contra 25 negócios, que gerou movimentação de R$ 37,4 bilhões em 2008. Muitas transações ficaram paradas do ano passado para este ano, e voltaram com a crise financeira.
 
Segundo dados divulgados ontem pela Anbid, a queda na emissão de debêntures, excluindo as emissões de leasing e empresas do setor financeiro, foi de 40,6% se comparado ao ano anterior. Em 2008, foram R$ 8,899 bilhões em emissões, contra R$ 14,973 bilhões em 2007. 
 
O estudo da associação mostra ainda que a destinação dos recursos em operações de emissão de notas promissórias e debêntures estão sendo utilizadas na sua maioria para Capital de Giro, com 46,7% da fatia, seguido por Aquisição de Participação Societária, com 19,8% e Redução do Passivo com representatividade de 16%.
 
Segundo Lucy Sousa, presidente nacional da Associação dos Analistas e Profissionais do Investimento de Mercado de Capitais (Apimec), o próximo ano não deve ter um crescimento nas emissões. “Este ano tivemos uma falta de crédito que fez com que as companhias captassem recursos através das emissões de notas promissórias e debêntures, mas mesmo com restrições em 2009 vai ter crédito para as empresas” avalia Lucy, que ressalta ainda que as taxa de remuneração nestes tipos de emissões são sempre muito elevadas para as empresas, o que facilita a captação, mas também a torna muito cara.
 
Segundo Luiz Jurandir, consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), as emissões não devem crescer como neste ano, mas ele acredita que vai haver uma elevação. “Teremos uma curva crescente, mas nada que cause algum espanto. No próximo ano deve ser mais tranquilo. Vamos esperar até março de 2009, só depois disso saberemos como vai ficar o mercado”, explica ele.
 
O Governo também tem feito esforços para baixar a taxa de juros, e segundo o diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento econômico do Bradesco, Octavio de Barros, o banco já estuda uma possível redução dos juros. “Acreditamos que o Banco Central deva reduzir a taxa de juros em 0.5% ou 0.75% em 2009”, disse Barros. Hoje a taxa básica de juros é de 13.75% ao ano.
  
No dia 23 de dezembro, a Moura Dubeux Engenharia divulgou as informações resumidas sobre a primeira emissão pública de notas promissórias comerciais. A emissão será no montante de R$ 45 milhões, sendo 9 notas com valor unitário de R$ 5 milhões.
 
Clodoir Vieira, analista chefe da Souza Barros Corretora, acredita que as companhias estão preferindo emissões mais garantidas. “O mercado de capitais está fechado por conta da crise financeira, com isso, as empresas estão realizando captações mais caras e em prazo mais curto. Estas também são mais garantidas”, diz.
 
No começo de dezembro, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) anunciou uma emissão de notas promissórias no valor de R$ 200 milhões. Segundo a companhia, este valor será utilizado para investimentos na área de transmissão de energia elétrica. Ontem, a Bradespar, braço do banco Bradesco, informou que o Conselho de Administração aprovou a emissão de R$ 690 milhões em notas promissórias. A emissão será realizada em série única.
 
“As emissões de debêntures cresceram com a crise, e no próximo ano devem continuar com um número elevado”, acredita Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos.
 
No início deste ano, a Bradespar, braço do Banco Bradesco, divulgou as informações resumidas de sua segunda emissão pública de notas promissórias comerciais, no valor total de R$ 690 milhões.
 
A emissão será realizada em série única, sendo emitidas 690 notas com valor unitário de R$ 1 milhão. O prazo de vencimento é de 180 dias corridos contados da data da emissão. As notas serão emitidas fisicamente sob a forma nominativa e mantidas em depósito no Banco Bradesco. 
 
No final de dezembro, a companhia já havia publicado o informativo sobre sua emissão de debêntures, títulos de dívidas emitidos pelas empresas, no valor total de R$ 610 milhões.
 
A distribuição pública será realizada com a emissão de 610 mil debêntures simples, não conversíveis em ações, todas nominativas e escriturais, em série única, com valor unitário de R$ 1 mil perfazendo o montante total de R$ 610 milhões. O vencimento das debêntures ocorrerá em 36 meses a contar da data de emissão. As duas emissões da Bradespar somam R$ 1,3 bilhão.

Veículo: DCI Finanças 8/1/09 Estado:SP